O Brasil bateu a triste marca de mais de 135 mil mortes pelo novo Coronavirus, ficando em segundo lugar mundial no número de mortes.

Este número enorme não pode ser apenas explicado pela densidade populacional brasileira, ele tem um outro responsável: O presidente do Brasil Jair Bolsonaro.
Bolsonaro desde os primeiros casos suspeitos do Covid negligenciou o potencial lesivo do vírus, afirmando em discurso nacional que o vírus não seria nada mais que uma pequena gripe.

O próprio presidente foi um dos primeiros casos conhecidos de suspeita de covid, em março deste ano após voltar dos EUA com sua equipe. Do grupo que acompanhou o presidente 22 pessoas pegaram o vírus. Mesmo com grande parte da sua equipe infectada, Bolsonaro continuou negligenciando a pandemia e logo após a viagem participou de manifestações onde cumprimentou seus aliados e não usou máscara. Desta forma, não fez gestos de barreira, contrariando recomendações da ONU e do seu próprio ministério da saúde, enquanto aguardava o resultado do seu exame de Covid. Como se não bastasse, quando enfim o teste saiu o presidente invocou o direito constitucional à privacidade e não apresentou o teste da doença.

Neste ínterim, o presidente brigou com seu ministro da saúde, o médico Mandetta, o que ocasionou sua saída do ministério. O motivo? Mandetta defendeu o confinamento enquanto Bolsonaro defendia a volta da normalidade à qualquer preço, chegando a afirmar que o “desemprego mataria mais que o covid”.

Com a demissão do então ministro, Bolsonaro nomeou outro médico Nelson Teich que ficou no governo exatos 29 dias, sua saída foi ocasionada por divergências no uso da cloroquina para tratamento do covid: Bolsonaro desejava que a Agencia de Saúde Brasileira adicionasse à bula da cloroquina a indicação como tratamento eficaz contra o novo coronavírus.

Com estas duas demissões, o governo ficou mais de três meses sem ministro da saúde, no meio da maior pandemia mundial desde a gripe espanhola.

Esta semana o governo nomeou o general Pazuello para assumir o ministério e no discurso de posse fez apologia ao uso da Cloroquina como tratamento contra o Covid 19.

Para finalizar o presidente em diversas ocasiões ridicularizou as mortes, com frases como “todo mundo vai morrer um dia”, “eu não sou coveiro”, “tem medo do que? enfrenta!”

Desta maneira, a gestão do covid pelo governo brasileiro pode ser resumida em falta de alinhamento com as recomendações da ONU e da comunidade científica, incentivo à aglomerações e descaso com a vida.